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06 de Agosto de 2025
Foto: Freepik
O crescimento do uso das chamadas “canetas emagrecedoras” no Brasil, como Mounjaro e Ozempic, tem chamado a atenção de especialistas em saúde. Popularizadas por influenciadores e celebridades, essas medicações vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes, sem orientação médica. Apesar de autorizadas pela Anvisa para o tratamento da obesidade, do sobrepeso com comorbidades e do diabetes tipo 2, essas substâncias exigem cautela e acompanhamento profissional.
Dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) mostram que a prescrição desses medicamentos mais que dobrou nos últimos dois anos no país. Esse movimento, no entanto, não está necessariamente associado a um maior acesso ao cuidado médico de qualidade, mas sim à intensificação da medicalização como resposta rápida a um problema complexo.
A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, atua em dois receptores hormonais, GIP e GLP-1, presentes em diferentes regiões do corpo, como pâncreas, cérebro e rins. Essa ação contribui para o controle da glicemia, aumento da saciedade e consequente perda de peso. De acordo com a endocrinologista Dra. Patrícia Zach, do Hospital Dia Campo Limpo, unidade gerenciada pelo CEJAM, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP), o medicamento também retarda o esvaziamento gástrico, favorecendo a redução da ingestão alimentar e a melhora dos parâmetros metabólicos.
Apesar dos benefícios reconhecidos, o uso dessas substâncias sem prescrição médica, ou por pessoas que não se enquadram nas indicações previstas, pode trazer efeitos adversos significativos, como náuseas, vômitos, constipação, diarreia, dor de cabeça, reações no local da aplicação e risco aumentado de pancreatite. A médica também destaca outras possíveis complicações, como reações alérgicas graves, emagrecimento excessivo, queda de cabelo e o chamado efeito sanfona, especialmente quando não há mudanças de hábitos.
Dra. Patrícia também alerta sobre os riscos ampliados para determinados grupos. “Pessoas com histórico de transtornos alimentares, por exemplo, podem ter recaídas com o uso desregulado dessas substâncias. A principal preocupação nesses casos é a recidiva de quadros como anorexia”.
Além disso, segundo a especialista, o uso correto desse tipo de medicamento inclui a criação de um plano terapêutico contínuo, com acompanhamento médico, avaliação do histórico clínico e consideração das condições emocionais e sociais do paciente. “Não existe tratamento milagroso. É necessário conhecer o paciente, entender sua dinâmica de vida e adaptar o que é possível ser feito. Ou seja, cada tratamento é individual e único”, pontua.
Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 22% da população adulta brasileira já vive com obesidade. Nesse contexto, a médica enfatiza que os medicamentos podem ser aliados no processo de tratamento, mas não substituem as medidas fundamentais, centradas na reeducação dos hábitos.
“As alternativas para o emagrecimento que devem ser priorizadas são as mudanças do estilo de vida. Incentivar a prática de exercícios físicos e ensinar o preparo de refeições saudáveis e o aproveitamento integral dos alimentos. Não há sucesso no tratamento sem a mudança de hábitos, por isso, uma equipe multidisciplinar é importante. Sem ela, seria como erguer um prédio sem fazer a fundação”, afirma a endocrinologista.
A profissional reforça a importância da criação e do fortalecimento de políticas públicas voltadas à prevenção da obesidade “Quando se fala em saúde coletiva, precisamos não só tratar a consequência, que é o aumento do peso, mas tratar a causa. Aqui entra a mudança de hábitos que levam à obesidade, bem como políticas de saúde pública que visem, por exemplo, a redução do preço dos alimentos saudáveis e o aumento do preço de alimentos processados e industrializados, como já acontece no México”, explica.
“Obesidade não é falta de força de vontade ou preguiça. Ninguém é obeso porque quer. É preciso conhecer a realidade de cada pessoa, adaptar o tratamento à sua rotina e trabalhar com empatia. Com tanta desinformação e promessas milagrosas, a orientação profissional permanece como o caminho mais seguro para quem busca saúde com responsabilidade”, conclui.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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