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10 de Dezembro de 2025
Foto: Freepik
O diabetes mellitus tipo 2, uma das doenças crônicas mais comuns entre os brasileiros, tem atingido faixas etárias cada vez mais jovens. De acordo com a nova edição do Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), divulgada em abril de 2025, o Brasil tem atualmente 16,6 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos vivendo com diabetes.
O tipo 2, que tradicionalmente se manifestava em pessoas acima dos 40 anos, vem afetando cada vez mais adultos jovens, impulsionado por hábitos alimentares inadequados, longos períodos de sedentarismo e privação de sono.
A endocrinologista Patricia Zach, do Hospital Dia Campo Limpo, unidade gerenciada pelo CEJAM, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP), explica que o estilo de vida moderno criou um ambiente propício para o avanço do problema.
O consumo frequente de ultraprocessados e bebidas açucaradas, associado à má qualidade do sono e ao estresse crônico, favorecem o ganho de peso e a resistência à insulina, fatores que levam ao diagnóstico cada vez mais precoce do diabetes tipo 2.
Ela aponta ainda que fatores sociais, como a falta de espaços urbanos seguros para a prática de atividade física, dificuldade de acesso a alimentos saudáveis e desigualdades, influenciam esse cenário, especialmente nas populações mais vulneráveis.
“O resultado é o que chamamos de ambiente obesogênico, que torna mais difícil adotar hábitos saudáveis mesmo para quem tem conhecimento e motivação.”
Além disso, o diagnóstico tardio segue sendo um obstáculo. O diabetes pode se desenvolver de forma silenciosa por anos, e muitas pessoas só descobrem a doença após complicações como problemas renais, oculares ou cardiovasculares.
Nos casos identificados precocemente, o controle depende de um conjunto de mudanças graduais. A médica defende a adoção de metas simples, mas consistentes, como caminhar após as refeições, reduzir bebidas adoçadas, montar pratos equilibrados com vegetais, proteínas magras e carboidratos integrais, bem como dormir bem, praticar atividade física e manter o cuidado médico.
“O essencial é ter acompanhamento regular e metas alcançáveis. Pequenas mudanças sustentadas ao longo do tempo são mais eficazes do que tentativas drásticas e curtas”, pontua.
Apesar de avanços tecnológicos, como sensores de glicose e medicamentos com benefícios cardíacos e renais, a médica ressalta que o controle do diabetes continua dependente de educação em saúde e de um sistema que ofereça suporte ao paciente. Ela destaca a importância da atuação multiprofissional, além de medidas públicas de prevenção.
“Políticas que favoreçam o consumo de alimentos in natura, a prática de exercícios e a redução de ultraprocessados são decisivas para mudar o quadro atual”, conclui.
Linha de Cuidado de Diabetes fortalece assistência na rede pública
O enfrentamento ao diabetes passa também pela estruturação de uma rede de cuidados capaz de identificar precocemente a doença e orientar o paciente ao longo do tempo. A Linha de Cuidado de Diabetes, implantada pelo CEJAM em parceria com a SMS-SP, é um dos principais instrumentos voltados a essa missão.
De acordo com Luciana Carvalho, gerente da UBS Parque do Engenho II e uma das responsáveis pela Linha, o modelo organiza fluxos assistenciais, define responsabilidades entre os diferentes níveis da rede e assegura a continuidade do atendimento. A base é a Atenção Primária à Saúde, que realiza triagem, condução do caso e educação em saúde de forma conjunta.
“Nosso objetivo é garantir um cuidado coordenado, com atendimento periódico e acesso facilitado a exames, medicamentos e orientações de autocuidado”, afirma.
Entre as ações desenvolvidas estão a utilização de prontuário eletrônico integrado, que permite o monitoramento dos pacientes e a emissão de alertas, e o trabalho multiprofissional que reúne médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos e educadores físicos.
As unidades também promovem atividades comunitárias, como oficinas culinárias, grupos de caminhada e o projeto UBS na Rua, que leva atendimento e informação diretamente às comunidades.
Luciana explica que o acompanhamento inclui ferramentas como o Projeto Terapêutico Singular (PTS) e o Plano de Autocuidado Pactuado (PAP), criados para ajudar o usuário a estabelecer metas realistas e participar ativamente do tratamento.
“Quando o paciente compreende seu papel e vê o progresso ao longo do tempo, a adesão aumenta. O cuidado deixa de ser algo imposto e passa a ser uma conquista compartilhada”, diz.
Em 2025, a Linha foi ampliada para abranger todas as faixas etárias, com foco especial na prevenção entre crianças e adolescentes. A proposta é formar uma geração mais consciente e ativa, capaz de adotar hábitos saudáveis desde cedo.
Luciana reforça, ainda, que o objetivo é ampliar o alcance das ações e reduzir, a longo prazo, as complicações e as internações associadas ao diabetes. “Mais do que uma linha de cuidado, é uma linha de vida. Envolve profissionais, comunidade e poder público atuando juntos para transformar a forma como cuidamos da nossa saúde”, resume.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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